Guardas sabiam de túnel para fuga em massa, afirma Ministério Público paraguaio

MP divulgou imagens de câmeras da cadeia de Pedro Juan e negou que presos tenham saído pela porta da frente

Campo Grande News


Trinta e três dias após a maior fuga em massa da história da fronteira, o Ministério Público do Paraguai divulgou nesta sexta-feira (21) imagens do circuito interno, gravadas na madrugada de 19 de janeiro, quando 75 presos, a maioria da facção brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), escaparam da penitenciária de Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã.

As imagens mostram celas lotadas horas antes da fuga. Já na madrugada de domingo, as celas aparecem vazias. O vídeo também mostra os guardas na frente do presídio após “descobrirem” que os presos estavam saindo.

Entretanto, o Ministério Público afirma que os guardas sabiam que o túnel estava sendo escavado, mas se omitiram. Trinta e duas pessoas estão presas acusadas de facilitar a fuga. Até ontem (21), só 13 foram recapturados. Entre os que seguem livres estão os principais chefes do PCC na fronteira.

Em entrevista coletiva a jornalistas nesta sexta em Assunção, o promotor Federico Delfino afirmou que a perícia mostrou que os presos levaram sete dias para abrir o túnel e menos de três foram para fugir. A fuga começou à 1h32 e terminou às 4h20 no horário do Paraguai – uma hora a mais que em Mato Grosso do Sul.

Segundo o promotor, as imagens mostram que nenhum preso fugiu pelo portão da frente, como dito inicialmente. “Todos saíram pelo túnel”, garantiu. Entretanto, o MP paraguaio afirma que as imagens comprometem ainda mais a situação dos guardas penitenciários.

 

Conforme o promotor, imagens de sábado, dia anterior à fuga, mostram os agentes inspecionando o local onde havia o túnel, mas nenhum alerta foi feito às autoridades. “Posteriormente, os guardas vão ao pavilhão onde estão os líderes do PCC e fazem o controle, mas em nenhum momento se aproximam do local onde estava o túnel”, afirmou Delfino.

Outro detalhe que indica a participação dos agentes e diretores no plano de fuga é que a câmera responsável pela gravação da parte externa, na saída do túnel, estava apontada para outro lado. “Às 4h39 a câmera volta a mostrar onde se encontrava o túnel”, declarou o promotor.

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